1994

Comecei minha carreira em logística no ano de 1994, na então Cia Cervejaria Brahma, na área de Distribuição que ficava no bairro do Paraíso, na cidade de São Paulo. Na época, toda a rede de distribuição era terceirizada, e eu trabalhava programando as puxadas dos revendedores nas fábricas do Sudeste.

1995

Um ano depois, com a criação da área de PCP, fui para a fábrica de Jacareí, onde, então, cuidava das puxadas dos revendedores na fábrica. Meu primeiro projeto de relevo na Brahma foi a implantação do Projeto Hora Marcada, que consistia, basicamente, no agendamento horário de cada revenda de acordo com a capacidade de carregamento da fábrica.

Ainda não existia a área de logística na Cia, e a gestão do armazém era de responsabilidade da área industrial, o que ocasionava um desempenho aquém do necessário, pois os objetivos eram distintos.

foto lupercio
Eu com a equipe de logística da fábrica de Jacarei/SP
Criação da Logistíca Brahma

1996

Criada a Diretoria de logística na CCB, e o armazém foi incorporado à área, e eu me tornei o Supervisor do Armazém de Jacareí. Desta forma, o Hora Marcada estava totalmente sob nossa gestão, e foi quando também desenvolvemos dois sistemas: um de gestão de endereçamento (um WMS simplificado), e outro de gestão de pátio, os dois em linguagem Clipper. Com o PHM implantado e o SIA/SIC (Sistemas Integrados de Armazém e de Carregamento), nos tornamos, em pouco mais de um ano, na fábrica benchmarking da Cia. Foi lá também que elaborei meu primeiro layout de armazém. Muito na base da tentativa e erro, já que a literatura, na época, era escassa. Num primeiro momento, os boxes, onde os produtos eram estocados, compreendiam grandes quantidades de pallets, pois entendia, naquele momento, que deveríamos estocar o máximo de produto por metro quadrado. Foi aí, na prática, que aprendi o conceito denominado de Efeito Colméia, ou seja, por ter muitos pallets no mesmo box, a liberação do espaço para estocagem de um novo lote produzido demorava dias, fazendo com que o produto de alto giro fosse estocado nos boxes mais distantes do corredor de carregamento, pois eram os que estavam disponíveis. Veio então a oportunidade que esperava: o armazém passaria por uma obra de expansão, e, além da experiência em manter a operação durante as obras civis, pude iniciar estudos para encontrar o tamanho ideal dos boxes: que não fosse nem muito grande que gerasse o efeito Colméia, nem tão pequeno que subutilizasse o espaço disponível. O resultado foi animador, pois, além de garantir maior giro por metro quadrado ocupado, tivemos um efeito extremamente positivo no tempo de permanência dos veículos na planta, já que os produtos de alto giro sempre estavam ao lado do corredor de carregamento, agilizando em muito o tempo de carregamento, por conseguinte, a redução do Tempo Médio de Permanência, um dos principais indicadores de desempenho do Armazém, que chegou a ser mais de 3 horas, foi reduzido para menos de 1h30min.


Administrativo do Armazém
Quadro de Gestão à Vista
 


Primeiro Layout baseado na metodologia ELO
Jacarei/SP

1998

Neste ano fui transferido para a Fábrica do Rio de Janeiro, na época, a maior fábrica de cerveja do hemisfério sul.

Missão: reduzir o Tempo de Permanência e, dessa forma, aumentar a produtividade do armazém. Foi um trabalho árduo, pois além da indisciplina na execução dos procedimentos, a fábrica era muito grande, fazendo com que andasse quilômetros por dia, indo de uma ponta a outra da fábrica. Para se ter uma ideia, o pátio na frente dos três prédios fabris era tão extenso que em certa ocasião serviu de pista de pouso para um jato executivo. Acredite se quiser. No último dia de 98 foi batido o recorde de carregamento.


Foto Aérea BRAHMA Nova Rio

1999

Com o anúncio da fusão entre Brahma e Antarctica, e a criação da American Beverage (AmBev), foram criados times de cada área da Cia Brahma para identificar as melhores práticas entre as duas cervejarias, para, em seguida, cuidar da unificação procedimental e operacional. Fui um dos selecionados para a Frente Logística, junto com mais dois colegas. Meu foco eram os armazéns, em especial, o carregamento. Porém, durante este processo, meu projeto principal foi a unificação da base de pallets entre as duas cervejarias A Brahma utilizava o PBRII (1,05 x 1,25) para as cervejas retornáveis de 600ml e pallets descartáveis para produtos One Way. A Antarctica utilizava PBRI (1,00 x 1,20) para produtos One Way, e um pallet de fabricação própria para as cervejas 600ml. Estes eram pallets de madeira nobre, e, como parte do projeto, deveriam ter as madeiras utilizadas na fabricação de pallets PBR, para minimizar custos de aquisição, já que o objetivo era de unificar a movimentação das duas cervejarias em PBRI e PBRII. Passei por algumas das grandes fábricas da antiga Antarctica, com ações rápidas sobre layout e carregamento. Ficou evidente, à essa altura, a necessidade de um grande projeto de revisão dos layouts e do processo de carregamento em todas as fábricas, o que em breve ocorreria. Antes, porém, no ano de

2002

Me tornei "Boina Verde" Especialista em Armazém, em um Programa de Qualificação patrocinado pela Universidade AmBev e customizado pela Miebach Consulting em parceria com a Fundação Dom Cabral. O TCC tratava da elaboração de metodologia para desenvolvimento de layout para armazéns e estabilização da operação de carregamento (Hora Marcada). Logo em seguida, me foi solicitado que preparasse um treinamento para replicação destes conteúdos para toda a Supervisão dos Armazéns da AmBev, e que, posteriormente, e sob minha coordenação, todos os Supervisores deveriam, como trabalho de conclusão do treinamento, aplicar o aprendizado em suas respectivas fábricas, desenvolvendo novo layout para seus armazéns e revisando o processo de carregamento. O projeto todo levou cerca de um ano, e, ao final, o ganho de produtividade, expresso na redução do quadro de empilhadeiras, gerou saving de aproximadamente US$ 1MM (um milhão de dólares) a valores da época.

2006

Depois de 10 anos de Brahma / AmBev, sai da empresa e passei por uma distribuidora de medicamentos e pela Coca-Cola Company, onde apliquei tudo o que havia aprendido, igualmente com resultados positivos.

2009

Decidi iniciar minha carreira como consultor independente, e o resto é outra longa história de realizações e mais aprendizado.